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4 de novembro de 2013

Comércio de sucata ajuda crescimento da construção civil e siderurgia no Brasil


A reciclagem vai muito além da coleta seletiva. O comércio de sucata demonstra isso, já que praticamente todo o aço, metal e ferro que acaba se tornando inservível em alguma indústria, se transforma para se tornar em um novo produto. De acordo com o proprietário da empresa sorocabana Cosfer, que comercializa sucatas, Marcelo Ferreira, cerca de 80% das vigas e demais materiais ferrosos utilizados na construção civil são derivados da sucata. "Se for depender só de minério de ferro, o mercado não se sustenta", relata. E os números do comércio de sucata impressionam, já que no Brasil, em 2012, 8,2 milhões de toneladas de produtos sucateados foram gerados e transformados, segundo dados do Sindicato do Comércio Atacadista de Sucata Ferrosa e Não Ferrosa do Estado de São Paulo (Sindinesfa). Atualmente, o Brasil processa mais de 10 milhões de toneladas de sucata de ferro e aço para fins siderúrgicos e fundição, sendo que 96,5% do volume dessa sucata processada é consumida pelo mercado interno, enquanto apenas 3,5% é vendido ao mercado externo, de acordo com o Sindinesfa.

Ferreira conta que está há sete anos atuando no mercado sorocabano com sua empresa, que é responsável pelo envio de até 1 mil toneladas por mês de sucata às siderúrgicas e fundições, que recebe esse material e o transforma em novos produtos utilizados no mercado de construção civil e industrial, por exemplo.

Segundo ele, o mercado de sucata funciona da seguinte forma: as empresas como a dele compram a sucata gerada por outras empresas, então, as condiciona em caçambas para serem levadas até a sede do empreendimento coletor; logo após, todo o material recolhido passa ou pela tesoura mecânica ou pela prensa, dependendo do destino; por fim, o material condensado é negociado com as fundições e siderúrgicas, que ficam responsáveis por picar a sucata e derretê-la. 

O mesmo trabalho é feito pela empresa de Luiz Carlos Rodrigues Santos, a RSA Comércio de Metais. O empreendimento é responsável pelo envio mensal de até 1,5 mil toneladas de sucatas às indústrias transformadoras do material. "Nós compramos os materiais de ferros-velhos e empresas e temos as 160 caçambas espalhadas nas ruas, nas empresas que geram sucatas e nos ferros-velhos. Aí, encheu a caçamba, o pessoal liga e agenda a retirada, para depois elas passarem pela prensa ou tesoura, para vender para as siderúrgicas e fundições. As caçambas ficam em Sorocaba, Itu, Porto Feliz, Piedade, Boituva e Votorantim", relata.

Segundo os empresários, toda essa sucata acaba virando novos materiais, que são bastante utilizados na construção civil e indústria automotiva, por exemplo. "Siderúrgica, geralmente, transforma em vergalhão e barra chata, e fundição faz várias coisas, desde uma peça para um pistão de máquina até um câmbio e uma embreagem", afirma Santos. Mas, apesar de toda essa dimensão de sucata enviada às indústrias transformadoras, Ferreira revela que a quantidade ainda é pouca, diante da necessidade do mercado. "Essas mil toneladas que a gente consegue por mês, as siderúrgicas precisam por dia, para manter os fornos funcionando. Os fornos precisam funcionar 24h por dia, porque gasta muita energia para ligá-los novamente. Então, quando precisa desligá-lo, fica muito caro", explica.

Valor no mercado


O valor de venda da sucata pelas empresas coletoras varia bastante, já que são as siderúrgicas e as fundições, ou seja, as compradoras, que o determinam. Segundo o proprietário da Cosfer, muitas vezes as indústrias transformadoras baixam bastante o preço da sucata quando o seu estoque já está cheio e depois voltam a subir o valor quando não possuem tantos materiais para serem derretidos. "Chega o final de ano, o estoque deles está lá em cima, aí abaixam o preço da sucata e ficam empurrando com a barriga até fevereiro", ressalta.

As siderúrgicas que compram a sucata de Ferreira costumam pagar entre R$ 320 e R$ 540 a tonelada, dependendo da qualidade do produto. "Compensa investir na sucata, porque é um bom negócio. Já foi melhor, mas hoje em dia é bem corrido, existem prazos para o pagamento da sucata. Quando comecei, você comprava à vista e vendia à vista, isso era o (lado) bom da sucata. Hoje você compra à vista e as fundições pagam em 30 dias", informa.

Já a RSA costuma comprar a sucata por uma média de R$ 350 a tonelada, das empresas geradoras do produto, e a vendem por um preço 30% mais caro para as siderúrgicas e fundições. Essa diferença no preço se dá por conta do trabalho de recolher a sucata e picá-la ou prensá-la. "Esse ano foi morno para a sucata, a maioria das siderúrgicas trabalhou com 70% de sua capacidade. Não foi um ano que o Brasil precisou tanto da sucata, tanto é que o que salvou o mercado foi a exportação. Conseguimos exportar bastante, porque se dependesse só da indústria nacional ficaria difícil", afirma.


Crédito: www.cruzeirodosul.inf.br 

Comércio de sucata ajuda crescimento da construção civil e siderurgia no Brasil. Novembro 04, 2013. Por: Mão de Obra Online

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