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14 de junho de 2012

Indicadores sugerem melhora da economia no segundo semestre



Indicadores econômicos divulgados nas últimas semanas sugerem que o Brasil poderá ter um segundo semestre melhor que o primeiro. Inflação e juros em queda, alta nas vendas de cimento e de embalagens compõem um quadro que favorece uma maior movimentação na indústria daqui para o final do ano, no embalo da expansão do crédito ao consumo.
A grande incerteza é o cenário externo com a proximidade das eleições na Grécia, que poder comprometer as perspectivas de crescimento para o ano. “Hoje, dado o cenário mundial, o crescimento será menor que 3%. Mas ainda há esperança de que a situação se estabilize e possamos ir além”, afirma Rodrigo Zeidan, professor de economia e finanças da Fundação Dom Cabral (FDC). “Não é impossível”, diz o economista.
Por ora, a indústria de embalagens, tradicional termômetro da atividade da indústria, espera a compensação das vendas fracas no primeiro trimestre nos meses que estão por vir. No acumulado de janeiro a março, houve queda de 0,3%, em parte devido a efeitos sazonais, diz Luciana Pellegrino, diretora da Associação Brasileira de Embalagem (Abre). Mas para o segundo trimestre, a expectativa já era de alta de 0,8% sobre o mesmo período de 2011 e, para os dois últimos, de 2,1% e 3,8%.
Na construção civil, o crescimento das vendas de cimento sugere que a atividade continua aquecida e deverá ajudar a manter o ritmo de expansão do PIB neste ano. O aumento do volume comercializado do insumo foi de 0,7%, de abril para maio. No ano, as vendas já acumulam alta superior a 10%, na comparação com os cinco meses do ano passado.
A inflação, que chegou a apontar para uma média anualizada acima de 6%, arrefeceu – em maio, o índice oficial foi o mais baixo em cinco anos – e pode cair ainda mais, enquanto a taxa básica de juros, que quase ninguém dizia que fecharia abaixo de 8% em 2012, já encontra em algumas consultorias, como a LCA, apostas de 6,5% ou menos.
Na avaliação de Adriano Gomes, professor do curso de administração da ESPM, a queda nos juros tem efeito direto sobre o custo financeiro da indústria e reduz a pressão por reajuste de preços que gera inflação. “O governo tem empreendido esforços na queda dos juros que começam a chegar na ponta da cadeia, no consumidor”, afirma o acadêmico. Para Zeidan, em uma economia desacelerada, também deve haver menor pressão por aumento de salários, como nos últimos anos.
“Quando saíram os dados do Banco Central relativos ao PIB, apontando para crescimento de 0,15% no primeiro trimestre, sobre o último tri de 2011, o mercado ficou inquieto”, diz Manuel Enriquez Garcia, professor de economia da FEA e presidente da Ordem dos Economistas do Brasil. O indicador, anualizado, diz, assustou: “mas não é o que deve acontecer”.
Segundo Zeidan, do ponto de vista da estrutura macroeconômico, o país vai bem. Só falta que o crescimento de alguns setores chave, como a construção civil, por exemplo, se alastre para outros. “O desempenho de um ou dois setores não será suficiente para sustentar o crescimento de uma economia que movimenta mais de trilhão”, afirma o economista.
Risco
É onde está o risco. “O que a gente não sabe é se isso (o aumento da venda de embalagens e cimento) é sinal de retomada mais pujante da economia ou se é meramente reposição de estoque”, afirma Gomes, da ESPM. “São bons sinais, mais não são sinais de recuperação evidente”.
Segundo ele, o desempenho no segundo semestre dependerá muito do cenário externo e do humor do mercado, que tem variado de forma “mercurial” nesta semana pré-eleições na Grécia. São movimentos que têm reflexos no crescimento de outros gigantes propulsores da economia mundial, China e Índia, que enfraquecidos afetarão o Brasil, argumenta.
Por fim, há ainda o alto endividamento da população brasileira, que pode ao menos minimizar o impacto de medidas de incentivo ao consumo, como a redução dos juros e a ampliação do crédito. “A indústria de transformação está em sérias dificuldades e precisa ser alavancada com a ampliação do crédito. Mas o remédio já foi aplicado e restam dúvidas quanto ao espaço que existe ainda para isso”, afirma Garcia, da FEA.
O consenso é que, para o bem ou para o mal, o cenário deverá ficar mais claro após as eleições na Grécia, marcadas para este domingo.
Fonte: http://economia.ig.com.br/mercados/2012-06-14/indicadores-sugerem-melhora-da-economia-no-segundo-semestre.html

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