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28 de junho de 2013

Após conclusão do Mané Garrincha, 80% dos operários de Brasília ficam desempregados


As obras do Estádio Nacional Mané Garrincha, iniciadas em 2010, aumentaram significativamente o número de contratações de operários na construção civil da capital federal. Porém, com a finalização dos serviços em maio deste ano, o efeito inverso foi imediato e 80% dos trabalhadores ficaram desempregados. Outros dois mil profissionais do setor também perderam os empregos nos últimos 30 dias.  

A PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), divulgada pela Setrab (Secretaria de Trabalho) nesta quarta-feira (26), mostra que os trabalhos gerados pela construção civil registraram queda de 2,5% em maio, ou seja, dois mil postos a menos. No acumulado dos últimos 12 meses o índice ainda fica maior, com redução de 9,2%.  

O presidente da Codeplan (Companhia de Planejamento do DF) e economista Julio Miragaya, explicou que a decadência no ramo começou a ser notada no fim do ano passado.   

— Em novembro chegamos ao ápice, com quase 90 mil empregados. No mês passado, porém, tínhamos apenas 78 mil na ativa. Certamente a conclusão do Mané Garrincha influenciou nisso, porque era uma das maiores obras da cidade.  

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Miragaya também explicou que outros dois fatores podem ter prejudicado a construção civil nos últimos tempos. A primeira questão, que seria "sazonal e inevitável", são as chuvas.  

A segunda, ainda mais complexa, são os problemas enfrentados com a regularização fundiária entre empreiteiras e estado.  

— A construção civil teve problemas com programas de habitação do governo, como o "Minha Casa, Minha Vida", o que prejudicou bastante. Épocas de chuva também atrapalharam muito.  

Por isso, o supervisor do escritório do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clóvis Scherer, entende que é preciso criar um programa de obras melhor planejado para recuperação do setor.   

Para ele, as demissões em massa fazem parte de um "eterno ciclo vicioso", uma vez que trabalhos grandes sempre acontecerão, mas da mesma forma terão um fim.  

— É natural isso. Quando houver demanda, como a construção de estádios e aeroportos, por exemplo, teremos mais contratações. Quando essas obras terminarem, haverá a demissão na mesma proporção.   

Com medo medo de ser o próximo a perder o emprego, o mestre de obras José Ataliba Barreto das Neves, de 47 anos, se esforça para achar algo novo para garantir a renda familiar dos próximos meses.  

Ele contou que foi um dos primeiros a ser contratado para participar da construção do novo estádio em Brasília e passou por diversos cargos lá dentro.  

Nos últimos meses a remuneração dele, já contabilizando as horas extras, chegava aos R$ 5 mil mensais.   

Apesar disso, o mestre de obras sabia que precisaria poupar dinheiro se quisesse ter uma reserva para enfrentar o que chama de "vaca magra".  

— Sou casado e ainda tenho filhos pequenos para criar. Essa sempre foi a minha profissão, mas nunca fiquei mais do que três anos em um emprego porque era o período máximo que as obras duravam.   

Mesmo com esse cenário "desaquecido", o presidente da Codeplan está otimista. Para ele, a construção civil deve voltar a crescer e gerar mais empregos nos próximos meses, porque a "fase mais crítica passou" e o momento está favorável.  

— Não estamos mais em período de chuva e todas as irregularidades fundiárias foram sanadas. Agora, a tendência é recuperar à medida em que outras obras surgirem.  
Fonte:http://noticias.r7.com/distrito-federal/apos-conclusao-do-mane-garrincha-80-dos-operarios-de-brasilia-ficam-desempregados-28062013 

Após conclusão do Mané Garrincha, 80% dos operários de Brasília ficam desempregados. Junho 16, 2013. Por: Mão de Obra Online

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